Você sabia que existem diferenças significativas entre tristeza e depressão?

Certamente, você já se sentiu triste em alguma fase de sua vida. Seja por uma briga, uma perda significativa ou por qualquer outro motivo. Mesmo em situações mais intensas, como o luto (que pode durar mais tempo em algumas pessoas que em outras), a tristeza é uma condição passageira.

 

É muito comum confundir tristeza com depressão. Com certeza você já ouviu alguém falar: “Acho que estou depressiva.” Sendo que possivelmente essa pessoa esteja apenas triste. A palavra depressão está sendo banalizada. Por isso, é muito importante que aprendamos a diferenciar uma da outra para evitar rótulos e tratamentos inadequados.

 

Em primeiro lugar, devemos entender que a tristeza é um SENTIMENTO como qualquer outro, que pode acontecer a qualquer pessoa e em qualquer momento da vida. Além disso, a tristeza sempre vai ter um motivo e a pessoa vai passar grande parte do tempo pensando repetidamente na razão de sua tristeza. A pessoa triste pode ter sintomas físicos no corpo, como: aperto no peito, coração acelerado e choro. Mas se algo de muito bom acontecer em sua vida, ela conseguirá esquecer esse motivo e vivenciar a alegria.

 

Já a depressão trata-se de uma doença como qualquer outra, que causa intenso sofrimento tanto para a pessoa acometida por esse transtorno, quanto para os que convivem com ela. Além disso, pode ocorrer em qualquer idade, a qualquer pessoa e necessita de tratamento! A depressão não precisa ter um motivo aparente para ocorrer como a tristeza precisa. Dessa forma, se acontecer algo muito bom na vida de uma pessoa que está com depressão, como ganhar na loteria ou passar no vestibular, a pessoa continuará triste e não conseguirá aproveitar o momento e se divertir.

 

Muitas pessoas acreditam que depressão significa tristeza e que esse sentimento é o principal sintoma da depressão, mas não é. O principal sintoma da depressão é a queda de energia. É a energia vital da pessoa que está deprimida.

 

É evidente que um dos sintomas da depressão é sim a tristeza profunda, que deve ocorrer na maior parte do dia e na maioria dos dias. Mas é importante ressaltar que existem outros sintomas, sendo que a tristeza é apenas uma parte do conjunto. Nesse sentido, a depressão causa diversas alterações capazes de afetar o funcionamento do indivíduo nas mais diversas áreas de sua vida.

 

Para uma pessoa ser diagnosticada com depressão, deve ter pelo menos 5 dos sintomas listados a seguir (além da tristeza profunda ou diminuição de prazer em realizar atividades que antes eram prazerosas) pelo período mínimo de duas semanas consecutivas, na maior parte dos dias.

 

Confira os sintomas mais comuns da doença:

 

·         Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias. Em crianças e adolescentes pode aparecer o humor irritável;

 

·         Diminuição de prazer em realizar a maioria das atividades que no passado eram realizadas com prazer;

 

·         Perda ou ganho significativo de peso (não intencional).

 

·         Diminuição ou aumento do apetite e do sono;

 

·         Agitação ou retardo psicomotor;

 

·         Perda de energia ou fadiga;

 

·         Sentimento de culpa ou inutilidade;

 

·         Dificuldade de pensar e de se concentrar, ou indecisão;

 

·         Diminuição da libido;

 

·         Baixa autoestima;

 

·         Pensamentos de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida (sem um plano específico), uma tentativa de suicídio ou um plano específico com o intuito de tirar a própria vida.

 

·         Padrão de pensamentos negativos sobre si mesmo, o mundo e o futuro.

 

É importante destacar que esses não são os únicos sintomas da depressão e podem variar de acordo com cada pessoa.

 

Todos passam por momentos de tristeza em alguma etapa de suas vidas. O problema surge quando a tristeza se torna intensa e prolongada, prejudicando a vida pessoal, social, profissional e familiar. Não espere o problema alcançar essas proporções! Busque ajuda de profissionais capacitados, como psicólogos, logo no inicio dos sintomas para que seja realizada uma avaliação criteriosa e para que os sintomas sejam tratados, evitando sua intensificação.

 

Janaina Mariuzzi 

 

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